segunda-feira, 11 de julho de 2016

E o teu olhar daltônico
não aceita a cor do relvado
que vibra tanto vermelho,
em tons de vermelho,
gritantes.

Mudamos para Bad Ischl
e aquele rio
e as águas daquele rio ficam
entorpecendo os nossos ouvidos
com as miniorquestras
que se movem ao sabor dos doces
em cada café
de cada esquina.

E tudo é alto,
tudo é azul.
Os olhares, o céu,
o rio.
Fica monótono.

E o teu olhar daltônico
não aceita ver a neve
nos picos que sobem
e se mostram fálicos.

Mudamos para a Grécia
e o teu olhar daltônico
não aprecia a sujeira
daquela Atenas
que tão somente apenas
desgraça aquele berço.

Mudamos para o Mar Egeu
e o teu olhar daltônico
não nada,
não mergulha,
não se entrega.

Quer só areia,
quer só sol,
quer só ficar em terra.

Enterra.

E tudo vamos de trem,
de carro, de ônibus,
a pé.
Porque o teu olhar daltônico
não voa,
não perdoa.

Se prende, é fixo,
é triste.

Omite os parágrafos escritos
pelo caminho.

O teu olhar daltônico acha
que tudo é fate.

Eu olho para ti
e talvez sejas fake.

Mas eu sigo ao teu lado.
Meu corpo tão acostumado
já te pertence.

O teu olhar daltônico
me encanta
porque sinto tua mão
espalmada
contra a incertezas da vida,
e isso me acalma.

Mas você
não me alimenta
a alma;
você transfere,
você não vive; sobrevive,
porque o teu olhar daltônico
não fere.

Ele só navega, assim,
pacífico, lânguido,
despojado.

Como que não se importasse
porque sabe que é amado.

Mas disso que recebe
não retribui.

Talvez,
porque o teu
olhar daltônico
te obstrui.

E mudamos para Shangri-la
num horizonte perdido
de Hilton.

Onde a única coisa
que eu quero
é descascar tua pele
e colocar para secar.

Ficar com aquele sabor
fumado,
ressecado.

Para ver se o teu
olhar daltônico
se anima.

Para ver se você,
finalmente,
pode olhar,
não de cima,
mas igual.

Para ver se o teu
olhar daltônico
finalmente
pode virar
monocromático
e animal.

Mas não,
esquece,
deixa como está.

Fica assim.

Quem sabe, teu
olhar daltônico,
se eu me vestir,
se eu me pintar,
se eu me ferir
de verde,
repara em mim.

Quem sabe,
se eu me tingir
de vermelho,
o teu olhar daltônico
repara em ti.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

FC apud VC, Season 1, Episode 2

Mordo teu queixo. Olho para a tua boca e me releio,
reencontro meu nome, over and over, e me incandesce.

Ao fundo aquele jazz embala nossos devaneios,
porque nossa pele lá se funde, enquanto cresce.

Expande.

Seus joelhos ecoam pelos lençóis que, úmidos, se sentem afogados, molhados
do nosso humor, e vítreo, quando nosso olhar se cruza, inflamado, calado.

A parede fecha os olhos; se avexa na nudez dos nossos membros laicos
que se entrelaçam como gatos insaciados, tunantes, erráticos.

Respira.

O teto tem braços que berram ao sentir a névoa que sobe do nosso sexo trincado, 
enlevado pelas juras de amor ritmadas lançadas ao sabor do nosso percurso extasiado.

O guarda-fatos (o armário, o closet) se entreabre, como meus lábios ciliciados 
pelo teu falo que (en)canta, rabisca e rebusca em nós gozo cíclico, continuado.

Serena.

A estante medrosa tampa os ouvidos aos objetos que, antes inanimados, agora, em queixume
semicerram os olhos a tentar ficar incólumes ao vislumbrar nosso embate em volume.

A porta segura o batente ao ouvir da escada o relato de passos e, desesperada,
tenta se fechar, traumatizada, ao realizar o girar da chave na sua igual na entrada.

Risos.

Tudo silencia. 
Os lençóis se amanham.
A parede, cansada, reverencia.
O teto derruba os braços lentamente, acintura.
O closet afinal relaxa e não se incomoda na abertura.
A estante observa seus itens, garante o bem-estabilizar.
A porta, batida, fechada à pancada, quebrantada, ofendida
começa a experimentar pulsação da parede, pelo batente, transmitida,
reverberada pelos alto-falantes em cima da mesa, em madeira polida.

Por que a mesa nada de desejo ou cobiça expressou?
Receio?

Não.

Por que o jazz, que por cima (lhe) tocava, embalou;
e ela, extática, veio.

Retoma...

quarta-feira, 15 de julho de 2015

marcas

Logo no início de 2008 quando voltei para Portugal fui jantar num restaurante no Porto, A Máscara, especializado em fondue, com o meu namorado na época, um cara que eu conheci no início dos anos 90. Comemos um de queijo e, quando fomos comer o de chocolate de sobremesa, ele chamou minha atenção, bravo, dizendo que a maneira como eu comia era muito sensual. "Acho que isso não vai resultar", pensei. Dito e feito.

E sim, eu como de uma maneira sensual, não foi a primeira vez que alguém comentou isso, mas nunca fiz de propósito. Aprendi a usar todos os talheres à francesa quando tinha treze anos, com o namorado austríaco da minha mãe, mas não lembro ao certo quantos anos tinha quando aprendi a comer -- e, pelo que eu saiba, devo comer igual desde então.

Idiossincrasias, detalhes, peculiaridades, traços característicos, singularidades -- tudo aquilo que faz com que, apesar de sermos todos iguais, sejamos todos diferentes. O tempero especial de cada pessoa, inerente ou adquirido.

O nosso corpo também é assim. Ao longo da vida vamos adquirindo traços que passam a ser parte do que somos, como somos, quem somos. É inseparável. Quando separa, deixamos de existir, fisicamente.

Eu, por exemplo, entre muitas outras, de acidente de moto inclusive, tenho marcas da minha gravidez -- as famosas estrias. São minhas e ninguém tira.


Existem muitas pessoas e grupos que atacam verbal e psicologicamente o corpo de outras pessoas pelo simples fato de ser diferente do que elas consideram 'adequado'.

Uma coisa é promover a saúde e o bem-estar através do exercício físico; outra é ofender, atacar, escarnecer e minimizar uma pessoa pelas marcas que ela tem, inatas ou que foram adquiridas ao longo da vida, que compõem sua harmonia física e mental e a transformam num ser humano único que tem o direito de ser respeitado, pois são essas mesmas marcas, corporais e intelectuais, que promovem o amor -- e que eventualmente, às vezes, fazem com que as pessoas se apaixonem.

O preconceito não é silencioso, prejudica, e mata. Existem pessoas que não conseguem lidar com esses ataques. Têm depressão e podem inclusive se suicidar ou morrer tentando alcançar um 'padrão' inalcançável.

Excetuando os óbvios 'não mate', 'não roube', entre outros, aceite as pessoas como elas são. Ninguém tem o direito de exigir que uma pessoa mude, física ou mentalmente.

Respeito é bom. Antes de exercitar o corpo, exercite a alma.


Paz.

sábado, 21 de junho de 2014

Atenas e Cíclades

A última vez que viajei de férias, férias "prolongadas" de 5-6 dias, foi em 2004 para Ubatuba, praia ao norte do estado de São Paulo, Brasil. Foram umas férias em família, com meu filho e minha mãe, com muito calor, piscina num hotel ótimo -- o segundo, porque o primeiro cancelei quando cheguei, era horrível -- passeios e comidas. Fomos de carro alugado, porque três de ônibus, nem pensar.

Gosto de sair de férias no domingo e voltar na quinta ou na sexta -- o contrário da maioria, que vai na quinta ou na sexta e volta no domingo ou na segunda. O resultado é muito bom, tudo está aberto e, como a maioria prefere ir durante o fim de semana, durante a semana fica tudo mais vazio e mais barato.

Desta vez fui para Grécia. Há muito tempo queria ir para lá. Atenas, e talvez Creta, mas principalmente Atenas. Fui num domingo com voo marcado de volta na sexta seguinte.

Acho que tenho um sério problema com hotéis em viagens de férias. Desta vez também fugi do hotel e já solicitei cancelamento. Jamais, JAMAIS, fiquem em nenhum hotel na área de Athina, a não ser que goste de um ambiente tipo "embaixo da ponte". Área lotada de drogados, suja, feia, terrível. O hotel (que não vou falar o nome, se quiser saber envie um email) tinha baratas no quarto, sem ar condicionado, e é um quarto que nem um quarto é. Aquilo não é hotel.

Como fiz amizade com o taxista que me levou do aeroporto para o hotel, ele deu o telefone dele, liguei de volta e implorei para ele me ajudar a fugir. Ele voltou em 2 minutos. Enquanto eu esperava do lado de fora do hotel, um drogado tentou me assaltar. O dono do hotel foi ao meu socorro, mandando o cara sair dali. O hotel é terrível, mas as pessoas ajudam muito.

Com relação ao táxi: apenas use se você, como eu, tiver azar de o seu avião atrasar 3 horas e, quando você chegar já passar das 2 da manhã e, numa cidade onde você nunca esteve, ficar difícil de pegar o metrô. Do contrário, use o metrô. O metrô de Atenas é muito legal, está bem sinalizado e, se você não entender nada, pergunte, todo mundo ajuda.

Táxi em Atenas é muito caro. Nas ilhas também, mas em Atenas é muito caro. Do aeroporto para o centro da cidade sai por volta de 50 Euros. É muito dinheiro. Principalmente em comparação com o metrô, que custa 8 Euros no mesmo percurso.

O taxista (Bill) foi me ajudar. Não cobrou mais nada e ficou circulando comigo até eu encontrar um hotel "decente" por um preço "normal". O escolhido, pelo preço e pela localização, foi o hotel Nafsika. Para quem apenas precisaria dormir sem estar junto de baratas, com um ótimo ar condicionado (é importante, acredite), numa zona central (Metaxourgio) ao lado do metrô (com mesmo nome) e perto de Plaka (já falo mais à frente), com vista para Acrópolis, foi a minha opção. Mas apenas se ficar no 7º andar, mais abaixo tem muito barulho e não tem vista nenhuma. O hotel não tem restaurante e o café da manhã é na cafetaria do outro lado da rua. Mesmo assim, como eu disse, para ficar num lugar central e só dormir, com ar condicionado (é mesmo muito importante) e limpo, está OK. Não bom, não ótimo, apenas OK. O outro hotel é "não ok nem a pau".

No dia seguinte foi o dia de passear em Atenas. Peça um mapinha do metrô e invista uns 20 minutos para compreender como tudo funciona, e onde você quer ir. Pergunte -- quem mora lá é bem honesto, vai dizer "vai aqui, aqui não".

Assim, fui para Acrópolis -- Parthenon, Erecteion, a entrada, Odeon -- enfim, Acrópolis. Mas prepare-se. Está tudo em obras e, pelo andor, vai demorar muito a conclusão. Está feio. E é um susto em termos de ética de restauração. Eu jamais aprovaria o restauro sendo feito. O resultado final vai ficar tenebroso. Aqui um pedaço. Honestamente, fiquei triste.

Saiu um sorriso fraco, porque olhar para aqueles pedaços de mármore esbranquiçada entremeando o original, ah... Mas, olha, é deles, façam como quiser. Entretanto, prepare-se. Se não tiver com escadas e caminhões e homens trabalhando e gritando, vai estar daquele jeito. O mesmo se passa com a Ágora. Nem tirei foto com o telefone, só com a câmera.

Ah, o telefoMe. Tudo que é lugar tem wifi gratuito. PEÇA!!! a senha, porque do contrário vai levar um susto quando for pagar por roaming. É bem caro. Coloquei um plafond mental e consegui ficar abaixo do valor que pensei que gastaria, mas use sempre wifi.

Já o templo de Zeus Olímpico está sem obras, sem nada. Ótimo, do meu ponto de vista. E tem os cães --- todo mundo lá adora cães, tem sempre água, comida, eles entram em todos os lugares, é muito bom.

Depois, temos a Plaka. É um centro comercial e culinário a céu aberto. Antes de comprar qualquer coisa, procure bastante. E pechinche, funciona. Vá com apetite. A comida é ótima! Experimente o vinho grego, seja branco, rose ou tinto (todos fortes!!!), além do ouzo, claro. É tudo muito bom. Mojito de ouzo é uma delícia. Moussaka vegetariana, divina. Dip de beringela, muito bom. E sobremesas, experimente as locais. Nada de sorvete industrializado, vá pelo frozen yogurt grego ou o iogurte normal com mel, muito bom.




Com relação ao resto da cidade, é um grande "não". Não. Um dia para as ruínas e Plaka, e chega. 



Fuja para as Cíclades, no Mar Egeu. Todas as ilhas têm sua magia. Uma das mais distantes é Santorini, para onde fui. 

Vá pelo navio de viagem mais longa, com a Blue Star Ferries. Aconselho vivamente a NUNCA viajar nos catamarans fechados. É horrível e, pela diferença de tempo - com Blue são aproximadamente 7 horas até Santorini, enquanto com o outro (MasterJet ou semelhante em catamaran fechado) são 6 horas. O Blue tem cabine, para dormir, se quiser, tem ambiente aberto, para ficar lá fora, é agradável, limpo, gostoso. Os catamarans fechados são horríveis. Horríveis.

Não acredite em estrelas de hotéis. Ou você vai pelo hotel, ou vai pela localização do hotel e pelo passeio. Fiquei em um 4* que deveria ser um 2*, MAS o ar condicionado funciona (é MUITO importante mesmo), e os funcionários fazem de tudo para ajudar. Não espere um café da manhã de 4*. Se quiser ir pela experiência do hotel, ou seja, vai passar mais tempo dentro do hotel (8 horas ou mais) do que passeando pela ilha, procure os hotéis boutique. Tem diversos, são magníficos, com preços que começam pelos 300 Euros por noite, se você tiver sorte.

Do contrário, location, location, location. Fiquei no Santorini Palace onde, por trás, existe a "cliff", uma estradinha pedonal que leva você até o centro de Fira (Thíra, Thera), a principal vila da ilha, com vistas mais do que maravilhosas.





E a piscina do hotel também foi ótima, com sol até 8 da noite. Sair para almoçar, voltar por volta das 5 e ir para a piscina, ficar uma horinha: muito bom. Depois um duche rápido e sair pela cliff até Fira, e jantar ou apenas tomar um drink e ver o sunset com o vulcão ao fundo em qualquer um dos diversos bares/cafés/restaurantes com vista para o vulcão: paraíso.




Gostei muito do Argo e do Character, mas tenho certeza que todos são ótimos. Para quem é vegetariano, entretanto, fica meio complicado. Vale a pena comer os rolinhos de feta com mel.

Alugue um carro, no porto, assim que chegar, ou antes de chegar. Um carrinho básico (com ar condicionado funcionando!, é essencial) custa 30/35 por dia, mais 10 de seguro (em Euros), e você precisa devolver com o tanque onde estiver marcado no papel. O meu estava em 1/4 do tanque cheio. Fui e voltei para Oia, Imerovigli e para o porto. Gastei 12 Euros de gasolina. Estacione APENAS nas áreas com P de parking, ou a multa é bem salgada, e SEMPRE respeite a velocidade -- ou a multa será ainda mais salgada. Eu respeitei tudo, claro. Por que alugar um carro? Vários motivos, mas os principais: táxi custa MUITO caro, o carro tem ar condicionado, você pode demorar o tempo que quiser onde quiser e ir visitar o que quiser quando quiser. A ilha é minúscula, não tem como se perder (mesmo, verdade), e as vistas são lindas.

Oia -- linda vila. Para compras e alimentação, e as vistas!!, é magnífica em tudo, e tem estacionamento (ah, são gratuitos) em tudo quanto é lugar perto do centro de alimentação. Todos os restaurantes têm wifi, alguns apenas dentro, outros inclusive nas varandas, o atendimento é ótimo, enfim, maravilhoso.



Toda a ilha é linda. Mas, como é possível observar, tudo é semelhante, apesar de ser diferente. A arquitetura é muito semelhante por toda a ilha. Precisa estar lá para compreender.

Se alguma vez eu for novamente para Grécia, meu destino será Mikonos.

E lembre de não levar nada com mais de 100 ml na viagem, vão confiscar. Coloque tudo (perfume, creme de rosto, etc.) numa necessaire transparente, porque eles exigem que tire da mala, se estiver na mala de mão. Eu não levo mala de porão, porque pode dar problema. Uma mala de mão com uns 6 quilos leva roupa para 5 dias. Não leve sapato de salto. Uma sandália tipo havaianas fechada atrás, para dirigir, e um sapato/sandália tipo sabrina, fresquinha, abertinha, para passear. Ninguém vai olhar para o seu pé, acredite. Um casaquinho leve também é bom. Não vale a pena levar protetor solar. Nas ilhas as farmácias vendem produto nacional, da marca Korres, de iogurte, maravilhoso, com FPS 50. Custa 16,50 Euros por 2 de 50ml (versus um de uma marca média que, aqui em Portugal, custa uns 25 Euros). 

Então, a ideia basicamente é:
1. Pegue um voo noturno; faça reserva para chegar no aeroporto por volta das 9h; tente chegar na segunda feira e marcar para ir embora na sexta ou no sábado.
2. Pegue o metrô.
3. Chegue cedo no hotel, por volta das 11h, faça checkin, deixe as malas na recepção.
4. Chegue disposto para conhecer a cidade, se quiser ver as ruínas em 2 horas (não dá para andar mais do que isso, é muito cansativo) e comer/passear/relaxar em Plaka (mais umas 3/4 horas)
5. Chegue no hotel por volta das 18h, mas antes compre umas 2 garrafas de água de 1 litro, uns 2 sanduíches de queijo (sem tomate) e um doce
6. Tome banho, conecte no wifi e coloque as fotos em dia, converse pelo Skype com a família, mande emails, etc.
7. Durma cedo, porque o Blue Star Ferries (que você PRECISA RESERVAR junto com as passagens/hotel; site do ferry: http://www.bluestarferries.com/) sai às 7.30 da manhã (para Mikonos ou Santorini ou outras ilhas no caminho) e você precisa chegar ao porto em Piraeus às 7 para: ou pegar um ótimo lugar para sentar ou para ficar na fila se quiser fazer upgrade para cabine e ter à disposição tomada para carregar os dispositivos, mais um lugar para dormir/tomar banho/relaxar, porque são 7 horas de viagem até Santorini -- se for para Mikonos, são apenas 2.30 horas, então carregue tudo no hotel durante a noite. Leve câmera!!
8. Reserve carro -- não pague mais do que 30/35+10 seguro por dia, e precisa ser carro do porto (se for de outro lugar vão cobrar mais para você deixar no porto no último dia)
9. Ao dirigir, cuidado com os motoristas -- se você dirige em São Paulo ou no Rio, tudo bem, mas se dirigir em qualquer outra cidade com trânsito/motoristas "normais", se prepara; eles dirigem dando fininha O TEMPO TODO.
10. SEMPRE veja o preço dos drinks ANTES de entrar em qualquer restaurante/bar; tem lugar que cobra 7 Euros pelo jantar e 15 Euros por uma bebida.
11. Não vá de catamaran. Jamais. Never, ever, ever. É terrível.
12. Exija que o ar condicionado funcione quando fizer reserva do hotel indicando que, se não funcionar, exige troca de quarto. Deixe isso BEM claro nos comentários. O mesmo vale para o carro.
13. Preste muita atenção ao hotel escolhido. Leia todos os comentários. Fique LONGE da área de Athina, é muito perigoso, mesmo por uma única noite.
14. Se vier de Santorini, vai chegar em Piraeus por volta das 23h30 da noite. Ou também pode sair de Santorini na noite anterior, no navio das 22h, chegando em Piraeus por volta das 6 da manhã. Já de Mikonos, vai chegar por volta das 20h30. Então, marque a passagem de volta para chegar em Piraeus e ir direto para o aeroporto de metrô.

E aproveite. Vá com o intuito de relaxar, passear pelas vistas. Nas Cíclades, no Mar Egeu, as vistas. São deslumbrantes. Todas.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Tem essa coisa meio confusa, a faixa etária.

Os pequeninos, fofinhos, tão lindos, bilu-bilu, fica quieto, isso não se faz, e assim vai por um bom tempo. Depois a adolescência, toma tino, se mexe!, inverte tudo e de repente @ infeliz precisa decidir o que vai fazer para o resto da vida, depois de ter passado metade dela levando ordem de todos os lados para não fazer nada.

Se tiver algum apoio decente e uma mente sã consegue chegar a algum lado para rapidamente perceber que ainda continua levando ordem de todos os lados. Já tem idade para saber melhor, alguém passa as roupas, vai sair mais, conhecer mais gente, cortar o cabelo, conheceu alguém, aprendeu a cozinhar, fazer café.

Drible daqui, drible de lá, muita gente fica pelo caminho e chega aos quarenta. Olha para trás com uma sensação de liberdade na cabeça. Mas quando olha para os lados, lá estão os chacais. Já deveria ter idade para isto, já deveria ter idade para aquilo, cozido, frito, assado, e quando, e se, chegar aos cinquenta, sessenta, setenta, oitenta serão outros abutres pelo caminho.

Discriminação é um conceito muito amplo. Vai muito além de etnias, opções religiosas, sexuais e semelhantes.

Desde que a pessoa não cometa um ato criminoso, nem interfira com a sua vida, o que é que você tem a ver com o comportamento de uma pessoa? Ela tem o direito de se comportar como ela quiser, do mesmo jeito que você.

Sabe o que você pode fazer? Quando, e se, você convidar a pessoa para ir na sua casa, você pode dizer: "mas é a minha casa, e na minha casa, as pessoas não se comportam/vestem/comem como você" -- e a pessoa terá a opção -- aceitar o convite ou não.

Quem é que disse que, só porque alguém tem quarentas, ou trintas, ou vintes, ou cinquentas, ou cems, não pode ser feliz, sorrir, brincar, se divertir, correr, pular, chorar, falar sozinha, sentar numa praça e fechar os olhos e sentir o calor do sol ou as gotas da chuva, hoje vestir um terno, amanhã se vestir de hippie, ou fazer o que quer que seja?

Do mesmo jeito que nunca alguém está preparado para nada na vida, também alguém pode nunca estar preparado para deixar de estar.

Com toda a veemência que me cabe, a todas as pessoas que realmente acham que existe um limite só porque alguém chegou a uma idade: vai ali na esquina ver se eu estou lá e depois envie um relatório detalhado a cada dois minutos, porque aparentemente você adora cuidar da vida alheia.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Conversations with myself, or How to remain sane, or How to have fun, or Whatever


  • me:wat u wanna do
  • me:when
  • me:now
  • me:pee
  • me:and after
  • me:im tired
  • me:me too
  • me:oh, the odds
  • me:u r funny
  • me:the odds
  • me:ok
  • me:ok
  • me:so go pee and go rest
  • me:thats a good idea
  • me:i know
  • me:now whos there
  • me:me
  • me:im really tired
  • me:u dont say
  • me::)
{tumblr has no option to download all posts, like facebook, as far as i know, so im publishing some of my posts here, to save someplace else}

Conversations with myself, or How to remain sane, or How to have fun, or Whatever


  • me:when this all started
  • me:i dont remember, do you
  • me:no
  • me:long time ago, i think
  • me:yeah
  • me:im trying to remember, but zero
  • me:too much information
  • me:but u love me right
  • me:sure, couldnt live without you
  • me:ok
  • me:but i dont like you all the time
  • me:when
  • me:it depends
  • me:on wat
  • me:your behaviour
  • me:i see
  • me:you're such a disappointment sometimes
  • me:you're not behind
  • me:i know
  • me:we complement each other
  • me:until the day they discover the left side of the brain can survive without the right side, yes, sweety, after that, its bye bye baby bye bye
  • me:your lil piece of
  • me:wat
  • me:im thinking.

Conversations with myself, or How to remain sane, or How to have fun, or Whatever


  • me:and the other way
  • me:wat
  • me:heaven
  • me:thats more appealing
  • me:u dont say
  • me:sure clouds and stuff
  • me:breeze
  • me:that too
  • me:i see
  • me:yes
  • me:i glad we sort that out
  • me:any time

Conversations with myself, or How to remain sane, or How to have fun, or Whatever


  • me:have you considered
  • me:wat
  • me:going
  • me:where
  • me:to hell
  • me:why
  • me:why not
  • me:thats a good point
  • me:i know
  • me:i cant argue with that
  • me:yeah

Conversations with myself, or How to remain sane, or How to have fun, or Whatever


  • me:r u better?
  • me:im always
  • me:right
  • me:r u questioning me
  • me:always
  • me:right
  • me:so, the weekend
  • me:what about it
  • me:doing stuff
  • me:still dont know
  • me:that box
  • me:which one
  • me:the small one
  • me:maybe
  • me:or the big one
  • me:not even started
  • me:i know right
  • me:right
  • me:not in the mood
  • me:right
  • me:right
  • me:apart from that
  • me:it all depends
  • me:on
  • me:if it rains
  • me:and if it doesnt
  • me:it all depends
  • me:on
  • me:the disposition to go out
  • me:right
  • me:right
  • me:yeah
  • me:so
  • me:basically it all depends on both
  • me:rain and disposition
  • me:yea
  • me:right
  • me:good to know
  • me:always a pleasure to help

Conversations with myself, or How to remain sane, or How to have fun, or Whatever


  • me:whatzuuuup
  • me:yeaaa
  • me:watuduing
  • me:web and u
  • me:same
  • me:neat
  • me:right
  • me:so
  • me:yea
  • me:wat u gonna do this wkend
  • me:no idea
  • me:hm
  • me:wat
  • me:nothing
  • me:hm
  • me:wat
  • me:idunno
  • me:wat
  • me:lollllllllllllllllllllllllllllllllllll
  • me:looooooooooooooooooooooooooooooool
  • me:lllllllllllllllllllllllllooooooooooooooolllllllllllllllllll
  • me:lllllllllllllllllllooololololololololololoololooolololololollllllllllllllllll