sábado, 11 de janeiro de 2014

Escrever sobre o quê? Por quê?

Escrever sobre o que eu quiser. Porque eu gosto.

Há algum tempo, ou melhor, às vezes, tenho vontade de escrever. Vejo coisas, vivo coisas, ouço e dá vontade. Uma vontade que depois acaba passando, por qualquer motivo que seja, nada específico, mas acabo encontrando algo diferente para fazer, surge um trabalho, preciso escovar os cães, lavar louça, fazer comida, fazer compras, conversar com pessoas.

E a escrita fica para trás.

Não sou de resoluções de ano novo, nunca fui. Aliás, acredito piamente que, se você quiser fazer alguma coisa, você faz. Não fica enrolando até o ano novo, até segunda, até amanhã. Você vai e faz, pronto.

Se não fizer, é porque não quer fazer. Claro que o querer tem suas variáveis, mas a base da coisa é, definitivamente, quem quer, faz. Dá um jeito, corre atrás e faz. Do contrário, são apenas desculpas. Um monte delas.

Não gosto de ser hipócrita, então provavelmente não estava escrevendo porque não queria escrever, de verdade verdadeira, porque se eu quisesse, já tinha escrito. Come on, é o que eu faço o dia todo, escrevo e reescrevo e pesquiso, portanto, não tem coisa mais fácil do que escrever mais -- se eu quiser.

Ou seja, não escrevi porque não era para ter escrito.

Agora estou escrevendo, estou a escrever, estou digitando e as palavras estão fervilhando. Sim, na minha mente, e não na barriga.

Eu tenho uma dislexia de nível mínimo. Troco V por F e vice-versa, e quando leio um conjunto de 3 números (por exemplo, 963), normalmente falo com os dois últimos inversos, mas na minha cabeça falei certo. Eu falo 936 mas tenho certeza absoluta que falei 963.

Por isso sou cricri em ver e rever e revisitar e observar novamente palavras e números. Por isso não tenho paciência em fazer revisão, porque quase sempre tem erro e erros tolos, que qualquer um que revisse pelo menos uma vez teria notado.

Eu mudo muito. Gosto de mudar. Nos últimos 25 anos da minha vida mudei de país 5 vezes, de cidade 12, de casa 19. Por isso não compro casa. Quer dizer, este é um dos motivos de eu não comprar casa. 

Ter uma casa não significa nada. Estabilidade? Uma casa não é ser estável. Ser estável é ser estável, com ou sem casa. E não dá para levar uma casa de concreto nas costas.

Se um dia eu achar que uma casa poderá ser usada também para devolver algo à comunidade, um local onde eu possa compartilhar vivências, usar para algum tipo de atividade e também morar, talvez eu compre.

Gosto de falar e escrever sobre tudo. Tudo o que eu gosto. E, às vezes, o que não gosto -- mas apenas para um debate, não para trabalho. Trabalho, apenas com o que gosto.

E agora vou trocar de roupa e ver casas. Já está na hora de ver casas.

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